8 de jan. de 2008

Símbolo da Feminilidade



Entre as crossdressers parece haver uma indefinição quanto ao principal símbolo da feminilidade. E quando se fala nisso, a maior parte delas logo pensa nas atrizes do cinema norte-americano de outrora e nos seus lindos vestidos longos. Porém, eu não quero exatamente falar de gente, mas, sim, dos utensílios de uso comum das mulheres.

As crossdressers, de modo quase que geral, começaram a descobrir as características que as define com tal, logo após terem sentido a necessidade, o impulso ou a incontrolável vontade de vestir a primeira calcinha, linda, pequenina, sexy, rendada, com lacinhos e babados.
Quase todas associadas do BCC, em suas biografias, revelam como sendo a sua primeira atração: a calcinha.

Entretanto, todo menino fica sentido coisas estranhas ao ver as lingeries penduradas no varal de suas residências, expostas nas vitrines das lojas ou esquecidas nos banheiros de suas casas. Creio que a maioria deles fica pensando como ver e acariciar essas peças quando vestidas pelas meninas, suas namoradas.

Ao contrário, outros meninos, que já nasceram crossdressers, pensam logo em vesti-las. E isto acontece pelo fato de que, na maioria dos casos, gostam tanto das mulheres que querem ser como elas para que possam vestir tudo o que elas vestem ou para que possam fazer tudo o que elas fazem. E daí partem ao longo de suas vidas para os aperfeiçoamentos até a total realização, que é a montagem (ou produção) completa e o passeio pelas ruas, boates e barzinhos, enfim, tornando-se REAIS crossdressers.

Neste texto não estou querendo me referir às transexuais, nas quais, penso, a atração pelas coisas femininas seja muito mais forte. Também não estou me referindo àquelas que desde de cedo se tornam travestis, que geralmente não têm o grande desejo de realizar a mutação sexual. Melhor seria que um texto desse tipo fosse escrito por quem realmente assim se sente.
Várias CDs têm enorme atração pelos saltos altíssimos em sandálias e botas de cano longo.


Querem andar na pontinha dos pés, o que de fato é maravilhoso. Adoram aquele barulhinho dos saltinhos no chão, principalmente quando são bem finos e metálicos.
Muitas preferem os chamados vestidos de festa, mais próximos da alta costura, muitas vezes não dando muita atenção para o que vestem por baixo. Outras, querem apenas se vestir como noivas.

Algumas são alucinadas pelas meias, principalmente as do tipo sete oitavos, que obrigam o uso da cinta liga ou do corpete ou corselete, que acoplam o sutiã à cinta liga, tornando-as uma só peça.

Aliás, depois de um certo carnaval, se não me engano do ano 2000, vi uma foto da Maite Schneider, nossa Miss BCC de 1999, em que estava nas ruas de Curitiba - PR, toda de branco, vestindo apenas corpete, calcinha, meia sete oitavos e salto alto. Estava assim vestida durante o carnaval, o que eu sempre quis fazer e ainda não tive oportunidade. Mas, já vesti outras roupas que somente as mulheres podem usar, como as transparentes em que as peças íntimas ficam consideravelmente visíveis, para desespero de algumas de nossas colegas mais tradicionalistas e sob alguns protestos da nossa querida moderadora Paula Andrews, que foi admoestada pelo gerente do Hotel em que se realizava um de nossos HEF - Holiday en Femme.

As peças transparentes e rendadas, as saias curtas, as calças justas e as demais roupas que melhor delineiam o corpo parecem ser os maiores símbolos da feminilidade porque comumente são vistas nas mulheres, como a calcinha marcando sob a calça geralmente de cores claras.

O sutiã é outra peça marcante nas mulheres, que muitas vezes fazem questão de mostrá-lo, deixando a blusa entreaberta até abaixo dos seios. São comuns as blusas em que o sutiã é facilmente perceptível, dada a natural transparência dos tecidos.
Assim, fica a questão: Qual é o verdadeiro símbolo da feminilidade?
As feministas parece que deixaram claro qual seria o maior símbolo da feminilidade, ou melhor, de libertação das mulheres.

Na década de 1960, o símbolo de libertação foi o abandono do sutiã e a queima dos mesmos em praça pública. Na década de 1970 foi a época do topless nas praias. De alguma forma, parece que tais protestos visavam principalmente a contraposição à censura imposta pelo regime militar reinante no Brasil daquela época.

Depois de tal campanha, que definitivamente marcou uma fase importante na vida de muitas mulheres, as feministas, mesmo com grande esforço e resignação, não conseguiram demover da maioria das mulheres o natural impulso ao uso do sutiã, não propriamente por se tratar de peça necessária ou de repudiável repressão feminina, mas simplesmente porque o sutiã se tornou o maior símbolo que caracteriza e feminiza a mulher.

É claro que existem outros símbolos da feminilidade, tal como o uso de brincos chamativos e a já citada calcinha, rendada, transparente, linda e charmosa, que possa ser mostrada sutilmente ao sentar, quando se está usando uma mini-saia. E a Betinha (Elisabeth Bardotti) é especialista nessa sutileza. Outra forma de mostrar a calcinha é usar saias leves e rodadas que possam ser levantadas ao sabor do vento. E muitas mulheres sabem fazer isso com excepcional perfeição, tal como ficou caracterizado por Marilyn Monroe.

Muito mais do que os brincos, os sapatos de salto e as calcinhas, o sutiã pode ser facilmente mostrado de forma subliminar sob a blusa. E, assim, passou a ser a maior atração nas mulheres sob as peças quase transparentes, sem que se despreze o irresistível bumbum com uma calcinha marcando.

Como forma de realçar mais ainda os seios, o sutiã é peça indispensável até para aquelas mulheres que colocaram próteses de silicone. E assim torna-se quase indiscutível que o sutiã é a peça mais atraente e que dá mais feminilidade às mulheres.

As próprias meninas só se sentem como mulheres, depois que colocam o primeiro sutiã. Até existe uma frase dita por alguma mulher e que já constou até de propaganda: “do primeiro sutiã a gente nunca esquece”.

Por isso, considero o sutiã como o maior símbolo da feminilidade e sempre digo que as crossdressers jamais devem deixar de usá-lo, quando produzidas. Eu me sinto nua sem ele. E a maioria das mulheres parece que também se sentem assim. Sempre que surpreendidas sem roupa, a primeira coisa que fazem é cobrir os seios.


Retirado do site BCC

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